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Grandes MITOS no tratamento da SOP

Antes de te contar esses mitos, é importante que você saiba que as causas da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) envolvem uma combinação de fatores genéticos (com uma grande variedade de genes envolvidos) e fatores ambientais. E, como toda síndrome, sua manifestação acontece por uma diversidade de sinais e sintomas.

É por isso que a SOP é classificada por 4 fenótipos diferentes. Se você têm SOP e não sabia disso, aproveite agora para identificar de qual fenótipo você é, seguindo os critérios abaixo.

  • Mulheres no fenótipo A ou completo apresentam:

1 - alterações de ovulação - com um ciclo menstrual muito longo, de mais de 35 dias, e em alguns casos ficando meses sem menstruar;

2 - hiperandrogenismo - identificado por sintomas clínicos (como queda de cabelo, acne e crescimento de pelos em regiões incomuns para mulheres) ou pelos exames bioquímicos (aumento dos níveis de hormônios androgênicos no sangue e/ou redução dos níveis de SHBG);

3 - ovários de padrão policístico pelo exame de ultrassonografia (identificado pelo (a) seu/sua médico (a) ginecologista).

  • Mulheres do fenótipo B ou clássico apresentam os critérios 1 e 2.

  • Mulheres do fenótipo C ou ovulatório apresentam os critérios 2 e 3.

  • Mulheres do fenótipo D ou "não androgênico" apresentam os critérios 1 e 3.

Existe uma prevalência de alterações genéticas em cada um dos fenótipos, sendo que os fenótipos A e B estão mais associados com resistência à insulina e excesso de peso. Já existe também uma subclassificação desses fenótipos em: alterações metabólicas (de 37 a 39% das mulheres com SOP); alterações reprodutivas (de 21 a 23%) e alterações indeterminadas (cerca de 40% das mulheres com SOP, e que não têm um padrão distinguível em relação às distribuições relativas de características fenotípicas).


Portanto, há mulheres com SOP que têm ou não excesso de peso, têm ou não resistência a insulina, têm ou não alterações na ovulação, têm ou não sintomas de hiperandrogenismo. E dependendo do seu fenótipo, o tratamento seguirá um caminho. Por isso, é importante desmistificar algumas afirmações:

1 - "Para tratar a SOP precisa de uma dieta low carb"

Não. Primeiramente, pois nem toda paciente com SOP tem resistência à insulina. Embora a maioria tenha essa condição ou uma predisposição para ela, é possível reduzir a carga glicêmica das refeições e evitar o excesso de carboidratos sem que necessariamente haja uma grande restrição desse nutriente.




2. "Toda mulher com SOP precisa emagrecer para tratar os sintomas".

Não, por um motivo simples, nem todas têm excesso de peso. E precisamos descontruir esse estereótipo, que pode dificultar diagnósticos. Existem mulheres com SOP que podem estar, inclusive, abaixo do peso adequado. E não dá para descartar a síndrome só pelo peso ou ausência da resistência insulínica, por exemplo.



3. "Para engravidar com SOP é preciso usar indutor de ovulação".

Não, pois nem todas têm dificuldade de ovular (como descrito no fenótipo "ovulatório). Mas, além disso, é preciso que haja um cuidado com os indutores, pois mulheres com SOP que têm um padrão policístico dos ovários (critério 3 acima) têm maior risco de hiperestimulação ovariana. Em geral, todas devem melhorar o estilo de vida antes de iniciar as tentativas de gravidez (mesmo que seja com o uso de indutores). E, quando se faz um bom "tratamento natural" (alimentação, suplementos nutricionais necessários, atividade física, manejo do estresse, melhora da qualidade do sono) são boas as chances de a ovulação vir com mais frequência (reduzir o ciclo menstrual) e a mulher conseguir engravidar naturalmente. Ou seja, os indutores não são essenciais.

4. "A queda de cabelo na SOP é por falta de vitaminas. A gominha da farmácia pode resolver."

Não, por dois motivos. O primeiro é que a queda de cabelo na SOP ocorre por uma alteração hormonal, não necessariamente associada com falta de vitaminas. Reduzir a ação dos hormônios androgênios é a principal solução. O segundo motivo é que os polivitamínicos "prontos" de farmácia, geralmente, possuem doses baixas de nutrientes, para que possam ser comercializados sem prescrição. Portanto, são doses abaixo das terapêuticas, e por isso não tratam essa queda de cabelo.


Apesar dos caminhos diferentes que o tratamento da SOP pode seguir, de acordo com o seu fenótipo, em todos eles o acompanhamento nutricional é fundamental!

Se você pretende compreender o seu caso e tratar a SOP sem anticoncepcional oral, para engravidar ou não, vamos juntas! Minha missão é te ajudar. 🤍

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